quarta-feira, 4 de maio de 2011


Engraçado o que o tempo faz das pessoas, dos sentimentos e das emoções...

Um dia amamos tanto uma pessoa, ou pelo menos acreditamos que o nome para o que sentimos por ela é amor, e o tempo passa, as coisas mudam, os sentimentos se transformam e tudo que você sentia, já não existe de uma maneira tão absoluta que dá a impressão de que nunca existiu, nunca foi real.

Hoje eu olho para uma pessoa que tanto admirei, que tanto desejei e sinto vergonha por ter me apaixonado por alguém tão pequeno, tão mesquinho, tão fútil, tão criança e tãoooo cheio de máscaras!oO

Ex namorado é como roupa velha, aquela que a gente esquece que tem, que fica no fundo da gaveta e quando vai dar aquela faxinada no guarda-roupas, pega, estende de frente aos olhos, e só pensa na coragem que voce tinha pra sair com aquilo!

Amei? Não sei...verdadeiramente começo a acreditar que o amor de verdade, aquele sentimento altruísta, quase que divino nunca experimentei. O mais próximo que posso dizer que cheguei do amor, é quando me recordo do meu filho, e olhe lá...Falo assim porque o sentimento das mães sobre os filhos é tão carregado de projeção (culpa), de transferencia que não sei em que camada fica o amor, sabe? Esse amor esplêndido, capaz de vida e de morte, incomparável, transformador...

Enfim, é como se tudo que nutrimos por uma pessoa, fosse dividido em finas e em grossas camadas. Por exemplo:

Uma mãe para um filho, ou uma mulher para um homem:

Para a mulher o sentimento dela para com o homem, está revestido da grossa camada transferencial edípica, pela projeção também edípica (isso me irrita profundamente), e...onde é que fica o amor?

Sinceramente não sei...Mas começo a pensar que se existe mesmo, essa camada amor, é bem fininha! =)

Lembro que uma vez, numa aula de psicanálise, questionei quanto a isso a grand'mestre (Maria de Freud), eu disse::

- E o amor? Aquele amor que os poetas e os deuses referem? Não existe?

Ela:

- É transferencia. Só tem um outro nome.

Pai, mãe, irmão, namorado, marido e filhos...sentem algo que nem sabem de onde vem. Nem sabem desse codnome!

Acontece que, se o que une os seres humanos é chamado de transferencia, projeção, amor...está ficando cada vez mais escasso, ou transformando-se em algo tão frági que me faz sentir uma certa angustia...(??) nem sei o que sinto...¬¬

Como eu ia dizendo, por pequenos detalhes deixamos de amar (querer estar, transferenciar...projetar...foda-se) uma pessoa. E assim? E assim caminha a humanidade?

As pessoas, são sim, substituíveis?

O que sentimos não tem nada a ver com o que ouvimos dos livros de histórias românticas que nossas mães nos liam?

Aquele amor eterno e duradouro? Aquele sentimento que eu acreditava até esses dias que une meu pai e minha mãe nessa relação tão cheia de respeito...? Existe? Qual o nome?

O amor é passageiro?

O amor é irreal?

O amor é mesmo transferencia? Essa identificação idiota e inevitável e insistente que nos persegue?

O amor é filme! rs







ps: Talvez o único amor real, seja o que nos une a Deus, tô pensando agora. Se Ele existir mesmo (acredito muito), penso que pode ser que seja o único que experimenta e é capaz de nos possibilitar experimentar um amor tão puro como deve ser, como está escrito...

Amor que só faz o bem, que não deseja o mal e nem se alegra com o mal...etc etc etc...

Um comentário:

  1. Eu acredito que ninguém nunca conseguiu explicar o amor... nem o maior poeta. Mas eu acredito em Cristo, pois acredito que Ele seja Deus. Então, Deus fala muito sobre o amor... E acredito tbm no amor. Acredito que ele exista. Mas os homens sempre querem colocar os nomes e explicar tudo e teorias... Mas o amor continua lá... inexplicável... Acho que o amor é só no sentido mesmo e não no explicável. Não sei se amor acaba... ou se amor é simplesmente querer o bem às pessoas. Mas podemos sentir...só... : )

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